terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

À Beira... de um ataque de nervos!

Não é aceitável que, sem razão aparente, um condutor tenha de suportar, diariamente, um martírio de meia hora para percorrer um trajecto de meros quatro quilómetros. Não é aceitável que tenha sido retirado às populações um centenário ramal ferroviário, obrigando-as a usar carro próprio numa estrada que está saturada. Não é aceitável que se condicione a circulação no principal eixo rodoviário que une vários concelhos à capital de distrito, deixando milhares de pessoas sem alternativa, a não ser um calvário de pára e arranca em filas intermináveis. Por último, não é aceitável que tenhamos de suportar tudo isto impávidos e serenos.


A EN17, vulgarmente conhecida por Estrada da Beira, está transformada num instrumento refinado de tortura, sobretudo, entre a zona do Cabouco e o Areeiro, os tais quatro quilómetros de teste à paciência.

Primeiro foram as obras de alargamento do tabuleiro da ponte da Portela. Diminui-se o número de faixas, afunila-se o trânsito... e a malta aguenta.

Depois veio a construção de uma rotunda, em Ceira, onde há-de, um dia, entroncar a ligação à A13, obrigando o trânsito a abrandar, a parar, a arrancar, a parar novamente. Mas a malta é forte e aguenta.

A seguir, constrói-se uma ponte sobre o rio Ceira, na zona do Cabouco e, volta e meia, coloca-se o trânsito a circular de forma alternada. Mais. Consta que há a intenção de, quando a obra estiver concluída, colocar semáforos para gerir a intersecção desta via com a EN 17. Aguenta mais um pouco.

Entre a rotunda da Portela e o Cabouco, o piso está uma miséria e a sinalização baralha mais do que ajuda. São tantos os buracos e remendos mal amanhados que os mecânicos já esfregam as mãos de contentamento, tal há-de ser o (curto) destino de pneus, jantes e amortecedores. E nós, temos de aguentar com tudo isto?

A declaração de interesses quanto ao autor deste texto é clara. Percorre, todos os dias, a Estrada da Beira, para se deslocar entre o concelho onde reside e a cidade de Coimbra, onde trabalha.


À custa de todos os sobreditos abusos, já aguentou tudo o que tinha para aguentar. Por estes dias, faça chuva ou faça sol, a situação é de levar qualquer um à loucura. Portanto, não estranhem se o humor de quem usa esta estrada estiver alterado. É que circular na Estrada da Beira logo de manhã coloca qualquer boa alma à beira de um ataque de nervos.

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